Prestes a encerrar seu segundo mandato à frente da Unimed Natal, o médico Fernando Pinto destaca os avanços que a cooperativa conquistou ao longo dos últimos oito anos, inclusive no enfrentamento da pandemia da Covid-19. Ele destaca o fortalecimento financeiro, a ampliação de mercado e a implementação de serviços inovadores, como o pioneirismo na telemedicina e o complexo de saúde que a Unimed vai inaugurar no mês de março, sendo considerada a maior entrega da história da empresa e que marcará a saída dele da diretoria. Fernando Pinto apresenta um panorama da trajetória na Presidência da Unimed Natal, as realizações, desafios enfrentados e projetos estratégicos.
Quais os desafios o senhor enfrentou à frente da Unimed Natal, especialmente os que foram superados?
Quando assumi em 2017, a Unimed Natal enfrentava um cenário extremamente adverso, com um Pro Rata negativo na produção do médico cooperado há 23 anos. Naquele momento, a porcentagem desse desconto havia atingido 38%. No primeiro ano, conseguimos reverter essa situação com a adoção de um modelo de gestão técnico e profissional, contratando executivos especializados no setor de saúde. Conseguimos ampliar significativamente nossa participação de mercado. Saímos de 126 mil vidas em 2017 para cerca de 200 mil no final do primeiro mandato. Esse crescimento veio acompanhado de uma duplicação do faturamento, aumento do patrimônio líquido e distribuição de sobras para os médicos cooperados, que corresponderam a um 13º ou 14º salário.
Também foi uma gestão marcada por benefícios para cooperados e clientes, certo?
Sim, implementamos a remuneração baseada em indicadores de qualidade assistencial, o que melhorou a remuneração dos cooperados. Além disso, unificamos a carteira do Rio Grande do Norte, fazendo ser o único estado do país que tem uma única operadora do sistema Unimed. Essa iniciativa foi pioneira no Brasil, já que em outros estados existem diversas operadoras regionais. A implementação de governança corporativa e mudanças no modelo de gestão nos possibilitaram ficar entre as 20 maiores operadoras de plano de saúde do país entre quase 700.
Depois, o senhor seguiu para um segundo mandato. Quais avanços o senhor destaca?
O foco foi atravessar a maior crise da história da saúde suplementar e pública: a pandemia de Covid-19. Ela trouxe desafios inéditos, como índices recordes de sinistralidade, que reflete os custos assistenciais que atingiram níveis acima de 90%, quando o ideal seria no máximo 85%. Foi um aumento significativo nos custos com consultas, exames, internações e terapias. Além disso, houve desafios como o impacto das terapias relacionadas ao transtorno do espectro autista, a inflação médica — que é 2,5 vezes o IPCA —, a incorporação constante de novas tecnologias pela Agência Nacional de Saúde e a judicialização da saúde. Graças às reservas financeiras construídas no primeiro mandato, conseguimos enfrentar essa crise sem comprometer nossos indicadores econômico-financeiros, mantendo-os sólidos e seguros.
A Unimed Natal está prestes a inaugurar seu Complexo de Saúde. O que representa para usuários e cooperados?
Esse projeto foi iniciado no final da minha primeira gestão, em 2020, e sofreu atrasos devido à pandemia, quando priorizamos a criação de leitos de UTI e de retaguarda. Retomamos a obra após esse período, e agora estamos perto de concluir. O Complexo contará com um hospital geral, um hospital materno-infantil e uma unidade de diagnóstico, com estrutura moderna, comparável aos melhores hospitais americanos. Será um marco na saúde suplementar em Natal, beneficiando tanto nossos clientes quanto os médicos cooperados. É uma estrutura hospitalar de altíssima qualidade e creditada, o que significa segurança, eficiência e serviços de excelência. Poucos hospitais no estado possuem essa certificação, e o nosso será um dos melhores. Além disso, o hospital será totalmente digital e preparado para receber tecnologias como cirurgia robótica, que queremos implementar em breve. Isso expandirá o espaço de trabalho para os médicos cooperados e atrairá novos clientes para a Unimed Natal.
Quando será a inauguração e qual é o impacto esperado em termos de geração de empregos?
A entrega está prevista para o início de março, logo após o Carnaval. A Unimed Natal já é a quinta maior empresa do estado, gerando 1.800 empregos diretos e 30 mil indiretos. Com o Complexo de Saúde, estimamos criar inicialmente mais 500 empregos diretos. Nossa operação movimenta diversos setores da economia, como fornecedores de insumos e medicamentos, fomentando o desenvolvimento econômico local.
Tribuna do Norte