Foto: Reprodução
08/04/2024 às 15:41

Águas do Açude Gargalheiras abastecem outros reservatórios e ressuscitam rios

As águas que descem pelas paredes do Açude Gargalheiras, formando a bela cascata conhecida como "véu de noiva", têm proporcionado um cenário cativante para o público apreciar. Desde a última quarta-feira (3), quem testemunha o transbordamento do quarto maior reservatório hídrico do Rio Grande do Norte, situado em Acari, no Seridó potiguar, também presencia o renascimento de um ilustre desconhecido: o Rio Acauã.

Este afluente, um dos rios temporários que abastecem a bacia do Piranhas-Açu, teve seu fluxo interrompido com a construção da barreira de concreto de 25 metros do açude, inaugurado em 1959. Desde então, as águas do Acauã só voltam a fluir quando o açude transborda, percorrendo entre as veias singulares das serras do Seridó.

A torrente que escorre da imponente cachoeira de concreto armado flui em direção ao rio Seridó, garantindo assim a manutenção de outros reservatórios. De acordo com o Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (IGARN), as águas do Gargalheiras abastecem inicialmente a barragem Passagem das Traíras, em Jardim de Seridó, cuja conclusão está prevista ainda para este ano.

Posteriormente, o fluxo deságua no rio Piranhas, acima da barragem de Oiticica, em Jucurutu, Jardim de Piranhas e São Fernando. O destino final é a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório hídrico do estado, que se estende pelos municípios de Assu, Itajá e São Rafael, num percurso total de mais de 170 quilômetros.

O evento desta semana marca a 30ª vez na história em que o Gargalheiras transborda. O ponto de sangria foi registrado às 23h15 do dia 03, ultrapassando a capacidade máxima do reservatório. A última vez que isso ocorreu foi em 19 de maio de 2011.

O Açude Gargalheiras abastece Acari e complementa o abastecimento de Currais Novos. Até fevereiro, havia preocupação com a possibilidade de colapso no fornecimento de água tratada para as duas cidades, devido ao baixo volume armazenado. Em pouco mais de 40 dias, o açude saiu de 1% de sua capacidade para atingir seu esplendor na semana passada.

Com o reservatório Marechal Dutra cheio, a Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte (Caern) estima que o abastecimento de Acari está assegurado por até quatro anos, mesmo sem recargas adicionais durante esse período.


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