Imagem: Reprodução
10/04/2025 às 17:03

‘Não nos interessa redução de pena, mas anistia ampla, geral e irrestrita’, diz Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira, 10, que seu interesse não está na redução das penas dos presos do 8 de Janeiro, mas sim em uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. Ele mencionou ter identificado um “ponto de inflexão” nas negociações pela anistia após o voto do ministro Luiz Fux, que o tornou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Durante a sessão, Fux levantou a possibilidade de diminuição das penas.

A afirmação foi feita durante um almoço reservado em um evento promovido por um grupo de advogados de direita que critica a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Judiciário.

“Recentemente, percebemos um ponto de inflexão. Minha esposa se destacou ao discursar na Paulista, dirigindo-se ao ministro Fux. Para mim, aquele momento revelou uma fissura que antes parecia impossível. A modulação não nos interessa. A redução das penas não é nosso foco. O que realmente queremos é a anistia ampla, geral e irrestrita”, declarou Bolsonaro aos presentes.

O comentário fez referência a uma manifestação organizada por apoiadores de Bolsonaro na Avenida Paulista no último domingo, 6. Michelle Bolsonaro se dirigiu a mais de 40 mil pessoas, alegando que os ministros do Supremo estavam agindo injustamente ao estabelecer as penas e pedindo a Fux que não deixasse “mães” encarceradas.

Durante o almoço, Bolsonaro também comentou que a bancada do PL está “muito próxima” de reunir o número mínimo de assinaturas necessárias para apresentar um requerimento de urgência para votar o projeto de anistia em plenário. No entanto, o líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), não divulgou os nomes dos apoiadores da proposta. De acordo com o Placar da Anistia do Estadão, há 200 deputados favoráveis à iniciativa.

Mais cedo, ele se encontrou com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o tema.

Bolsonaro reafirmou que, se não tivesse deixado o país em 30 de dezembro de 2022 — o que impediu sua passagem da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — ele poderia ter sido preso ou até morto pela Polícia Federal. Ele também enviou uma mensagem ao STF.

“Quando digo que tendo 50% da Câmara e 50% do Senado posso mudar o destino do Brasil, quero um Senado forte não para perseguir, mas para garantir que outros poderes se coloquem em igualdade com os demais. Somente com esse equilíbrio podemos ter certeza de alcançar nossos objetivos”, afirmou, referindo-se aos resultados desejados nas eleições de 2026.

Além de Bolsonaro, o almoço contou com discursos de aliados como a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), o desembargador Sebastião Coelho — defensor do ex-assessor Filipe Martins perante o STF — o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE). Durante o evento, houve críticas à OAB e ao Judiciário, além de um apelo pela “resistência” diante do STF.


Comentários


DEIXE UM COMENTÁRIO


Categorias

Mídias Sociais