Um recente estudo conduzido por psiquiatras da Universidade de Uppsala, na Suécia, revelou que mulheres que utilizam pílulas contraceptivas possuem um maior risco de desenvolver depressão. De acordo com a pesquisa, o uso desses contraceptivos aumenta em pelo menos 73% as chances de desenvolver a doença durante os dois primeiros anos de utilização. Essas informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.
O estudo publicado na revista especializada Epidemiology and Psychiatric Sciences na segunda-feira (12/6), também apontou que mulheres que iniciaram o uso do contraceptivo na adolescência têm um risco 130% maior de apresentar sintomas de depressão.
A pesquisa foi realizada com base nos dados de saúde de mais de 250 mil mulheres no Reino Unido, acompanhando seus históricos médicos desde as primeiras menstruações até a menopausa. Os pesquisadores buscaram identificar os momentos em que as participantes receberam as primeiras prescrições de contraceptivos e quando começaram a relatar sintomas de depressão.
O estudo analisou apenas os contraceptivos hormonais que contêm progesterona e estrogênio em sua composição, não considerando outros métodos contraceptivos, como o adesivo anticoncepcional, DIU e pílula do dia seguinte.
"Embora a contracepção tenha muitas vantagens para as mulheres, tanto os médicos quanto as pacientes devem ser informados sobre os efeitos colaterais identificados nesta e em pesquisas anteriores", explicou Therese Johansson, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, ao portal da universidade.
A gravidade da depressão é maior em adolescentes. Segundo os cientistas, a incidência da doença diminui quando as mulheres ultrapassam os primeiros dois anos de uso do anticoncepcional. No entanto, as adolescentes apresentaram uma maior ocorrência de depressão mesmo após interromperem o uso, o que não foi observado em usuárias adultas.
"A poderosa influência das pílulas anticoncepcionais nas adolescentes pode ser atribuída às mudanças hormonais causadas pela puberdade. Como as pacientes nessa faixa etária já experimentaram alterações substanciais, elas podem ser mais suscetíveis não apenas às oscilações hormonais, mas também a outras experiências de vida", afirmou Therese.
É importante ressaltar que, embora o estudo tenha encontrado uma associação entre o uso de pílulas contraceptivas e o risco de depressão, isso não significa que todas as mulheres que utilizam esses contraceptivos desenvolverão a doença. Cada caso é único, e é fundamental que as mulheres conversem com seus médicos sobre os benefícios e os possíveis efeitos colaterais dos métodos contraceptivos disponíveis, para que possam tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.