O Rio Grande do Norte arrecadou, entre 1º de janeiro de 2025 e esta terça-feira (8), mais de R$ 7,9 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais. Esse valor representa o maior montante desde 2004 para o mesmo período. Os dados são do Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e mostram um aumento de 8,2% em comparação ao ano passado. No Brasil inteiro, até a tarde desta terça-feira, a arrecadação alcançou R$ 1,1 trilhão.
Entidades do setor produtivo do RN acreditam que esse desempenho está ligado ao dinamismo da economia potiguar, especialmente em relação ao ano anterior. De acordo com os números levantados, desde o início da contagem em 2004 (quando foram arrecadados R$ 710 milhões entre 1º de janeiro e 8 de abril), a arrecadação no RN tem mostrado uma tendência de crescimento constante, com exceção de uma queda em 2020 devido à pandemia de covid-19. Naquele ano, a arrecadação no mesmo período foi de R$ 4,3 bilhões, comparado a R$ 5,4 bilhões no ano anterior. Desde 2021, os valores arrecadados têm aumentado sem interrupções.
Igor Medeiros, presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/RN, explica que esses números são resultado das contribuições de pessoas físicas e jurídicas, tanto diretas — ou seja, do bolso do consumidor — quanto indiretas. “A arrecadação em um estado é influenciada por várias variáveis. No RN, uma das principais fontes é uma grande empresa do setor de energia eólica que está construindo um parque no interior. Essa empresa contribui com Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, PIS e Cofins — os maiores tributos federais — além do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, detalha.
Além disso, são incluídos os impostos estaduais como o ICMS e municipais como o ISS. “Quando uma torre eólica começa a operar no interior, já houve pagamento de tributos que compõem esses R$ 7,9 bilhões em vários momentos. Portanto, uma parte significativa dessa contribuição é indireta”, ressalta o especialista. Para a população que espera ver retornos dos tributos pagos, há uma sensação de que faltam investimentos condizentes com a arrecadação. “A gente vê muita cobrança [de imposto] e pouco resultado”, comenta Luan Lázaro, motorista de transporte por aplicativo aos 31 anos.
Evolução da Arrecadação no RN
Dados referentes ao período de 1º de janeiro a 8 de abril de cada ano
- 2025: R$ 7,9 bilhões
- 2024: R$ 7,3 bilhões
- 2023: R$ 6 bilhões
- 2022: R$ 5,7 bilhões
- 2021: R$ 5,1 bilhões
- 2020: R$ 4,3 bilhões
- 2019: R$ 5,4 bilhões
- 2018: R$ 4,5 bilhões
- 2017: R$ 4,2 bilhões
- 2016: R$ 3,5 bilhões
- 2015: R$ 3,6 bilhões
- 2014: R$ 3,3 bilhões
- 2013: R$ 3 bilhões
- 2012: R$ 2,8 bilhões
- 2011: R$ 2,4 bilhões
- 2010: R$ 2 bilhões
- 2009: R$ 1,6 bilhão
- 2008: R$ 1,5 bilhão
- 2007: R$ 1,1 bilhão
- 2006: R$ 976 milhões
- 2005: R$ 838 milhões
- 2004: R$ 710 milhões