Inspiração
A inspiração veio da própria história e adversidades que Arthur, ao longo dos estudos, enfrentou.
“Ele surgiu de uma necessidade que muitas pessoas autista têm, que é a da acessibilidade pedagógica. Eu tive essa ideia para garantir que nenhum outro estudante autista venha sofrer o que eu sofri durante a maior parte da minha vida, porque, desde pequeno, eu tive que lutar para garantir o direito ao básico”, lembrou o estudante.
Assim como Arthur, que é autista nível de suporte 1, o rapaz tem um irmão mais novo, autista nível de suporte 2.
“Muitas das nossas necessidades eram negadas se a gente não brigasse ou reivindicasse, por conta de uma falta de acessibilidade que é muito difícil de conseguir”, explicou.
Entre as dificuldades levantadas pelo estudante, está até mesmo uma prova dissertativa na escola.
“Seja por uma questão motora ou de planejamento. Ela pode fazer de forma oral, por exemplo, o mesmo conteúdo sem perder a qualidade da avaliação. Ele vai estar sendo analisado de uma forma que avalia melhor as suas habilidades”, relatou Arthur.
PIA
O PIA, com o apoio da deputada Solange Freitas, está bem próximo de virar oficial. Aprovada na Alesp no último dia 8, a Lei 551°/2023, agora está na última fase.
Uma vez aprovada, alunos com transtornos globais do desenvolvimentos, matriculados no ensino fundamental I, fundamental II, médio, superior, técnico, tecnológico e profissionalizantes em instituições de ensino de todo o Estado de São Paulo, terão direito às medidas do PIA.
Entre elas estão a adequação de tarefas, avaliações e provas, visando a acessibilidade a estudantes autistas e de deficiência intelectual. O protocolo fica válido durante todo o curso, proporcionando ao aluno uma experiência adequada às suas necessidades.
A simplificação ou fragmentação das atividades para facilitar a compreensão e bom desempenho dos alunos. A regulamentação da lei vai acontecer no prazo de 60 dias contados a partir da vigência.
No dia da aprovação, Arthur gravou um vídeo muito emocionado.
“Fala pessoal, eu estou muito empolgado em contar para vocês que o projeto de lei que eu idealizei, o PIA, foi finalmente aprovado em votação. Agora a gente só depende da sanção do governador para garantir que todos os alunos autista e neurodivergentes do estado de São Paulo tenham direito a autonomia na hora de escolher como suas provas serão realizadas”, comemorou.
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