No ano de 2024, o Brasil registrou 1.017.278 casos prováveis de dengue e confirmou 214 mortes pela doença, conforme dados apresentados no Painel de Arboviroses pelo Ministério da Saúde. O órgão projeta que o país atingirá um recorde nacional, prevendo 4,2 milhões de casos de dengue neste ano. Diante desse cenário, é crucial intensificar os cuidados para eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão não apenas da dengue, mas também de outras doenças como zika e chikungunya. Adicionalmente, para aqueles que apresentam sintomas da doença, a orientação é evitar a automedicação, pois tal prática pode agravar a situação.
A farmacêutica Kátia Tichota destaca os riscos à saúde associados à automedicação, alertando que, no caso da dengue, os sintomas podem ser mascarados pelos medicamentos utilizados, dificultando um diagnóstico preciso. O uso inadequado de medicamentos, especialmente anti-inflamatórios não esteroides, pode agravar complicações comuns à doença, levando o paciente a um estado de choque hemorrágico, que pode resultar em óbito.
Kátia Tichota enfatiza que, ao suspeitar de uma picada pelo Aedes aegypti, a prática correta é buscar imediatamente atendimento médico, fornecendo ao profissional de saúde informações detalhadas sobre os sintomas. Exames laboratoriais específicos podem confirmar a presença do vírus da dengue, auxiliando no diagnóstico diferencial com outras enfermidades.
A enfermeira e professora do IDOMED, Sandra Bonilha, descreve os sintomas da doença, que geralmente se iniciam com febre acima de 38ºC, acompanhada de dor de cabeça, fraqueza, dores musculares e articulares, além de dor retro-orbitária. Outros sintomas incluem perda de apetite, náuseas, vômitos e diarreia. Em caso de suspeita, Sandra Bonilha recomenda aumentar a ingestão de água e procurar imediatamente uma unidade de saúde.
A prevenção da dengue concentra-se em evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, com 74,8% dos criadouros identificados nos domicílios, incluindo vasos de plantas, garrafas retornáveis e recipientes diversos. Depósitos de água elevados e no nível do solo são o segundo maior foco de procriação. Recomenda-se a realização de inspeções semanais para eliminar possíveis criadouros, adotando medidas como manter recipientes fechados, descartar lixo corretamente e limpar pratos de vasos de plantas regularmente, entre outras ações preventivas sugeridas pelo Ministério da Saúde.