Brasil vai lançar foguete ao espaço a partir da Barreira do Inferno; entenda operação

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que um foguete será lançado ao espaço no próximo dia 29 de novembro, a partir do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Parnamirim, região metropolitana de Natal. Este será o primeiro lançamento de foguetes realizado no local em anos, marcando a primeira fase da Operação Potiguar.

O foguete, modelo VS30 V15, possui quase oito metros de comprimento e pesa 1,5 tonelada. Ele será utilizado para treinar técnicos do centro e testar equipamentos e processos relacionados à operação.

Na segunda fase da operação, prevista para o segundo semestre de 2025, outro foguete do mesmo modelo será lançado para qualificar o sistema de recuperação da parte superior do veículo, que poderá transportar experimentos científicos.

Com a reativação das atividades de lançamento na Barreira do Inferno, a FAB busca reduzir a demanda pelo Centro de Lançamento de Alcântara (MA), que já opera com 85% de sua capacidade prevista para 2025. "A operação representa um salto para o CLBI, que retomará sua capacidade de lançamentos suborbitais e poderá atender às demandas do mercado espacial", informou a FAB.

O foguete VS30 V15

O modelo VS30 V15, desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), é um foguete de sondagem não-guiado, com as seguintes especificações:

Comprimento: 7,911 metros

Peso total: 1,5 tonelada

Carga útil: 278,46 quilos

Velocidade máxima: 6 mil km/h

Tempo de voo: 6 minutos e 20 segundos

Altitude máxima: até 154,9 km

Combustível: 900 quilos de propelente sólido

Barreira do Inferno

Fundado em 1965, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno foi palco do primeiro lançamento de foguetes no Brasil. Desde então, mais de 3 mil lançamentos foram realizados em suas plataformas, distribuídos em 717 operações. Nos últimos anos, o centro esteve focado em atividades de rastreamento, e a retomada de lançamentos suborbitais representa um marco para a instituição.

Com a Operação Potiguar, o Brasil avança no setor aeroespacial, fortalecendo sua posição no mercado de lançamentos e expandindo sua capacidade tecnológica.