Os potiguares têm sentido uma sensação de forte calor em 2024, mas isso não é apenas uma percepção subjetiva. Na verdade, o Rio Grande do Norte tem registrado temperaturas mais elevadas do que o habitual, com variações de 0,5 a 1 grau, conforme explicou o professor Cristiano Prestrelo, do Departamento de Ciências Atmosféricas e Climáticas da UFRN. Ele também destacou que a expectativa é de que o aumento das chuvas nos próximos dias, que até então têm estado abaixo do esperado, ajude a amenizar a temperatura.
Apesar desses índices elevados de calor, não podemos falar em uma onda de calor propriamente dita no Estado, como muitos costumam afirmar, explicou o professor da UFRN. Para caracterizar uma onda de calor tecnicamente, é necessário que uma massa de ar quente permaneça sobre uma região por um período prolongado, o que não tem ocorrido na região.
O professor esclareceu que, no outono que começou nesta quarta-feira, espera-se uma estação com maior incidência de chuvas. Se as precipitações ficarem dentro da média ou ligeiramente abaixo, as temperaturas devem se manter na média. No entanto, se a distribuição das chuvas for irregular, concentrando-se em poucos dias, os meses podem se tornar mais quentes.
O aumento da temperatura no Estado está relacionado ao El Niño, que está enfraquecendo. Esse fenômeno tem impactado as chuvas em várias regiões, reduzindo sua duração e espaçamento. Em Natal, por exemplo, as chuvas têm sido mais espaçadas. Por causa disso, as temperaturas estão de 0,5ºC a 1ºC acima da média no RN.
A previsão é de que a temperatura seja amenizada na segunda quinzena de março, caso as chuvas de outono se mantenham dentro da média esperada ou ligeiramente abaixo.