O Rio Grande do Norte registrou uma queda significativa nos casos de Aids, com uma redução de 50,2% nos casos notificados em um ano, conforme aponta o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). De janeiro a outubro de 2023, foram notificados 308 casos da doença, comparados a 619 casos identificados no mesmo período de 2022. A taxa de mortalidade pelo HIV também apresentou uma diminuição de 40%, com 84 óbitos registrados de janeiro a outubro deste ano, em comparação aos 140 óbitos do ano anterior.
Segundo o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom), aproximadamente 12.400 pacientes estão em tratamento contra a Aids em 14 Serviços de Atenção Especializada (SAEs) distribuídos em diversas cidades do RN.
A transmissão do HIV ocorre principalmente por meio do contato sexual desprotegido, sendo possível também a transmissão vertical da mãe para a criança durante a gestação, parto ou amamentação. Em casos menos comuns, a transmissão pode ocorrer por meio não sexual, como o contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas, e o compartilhamento de seringas e agulhas.
O tratamento adequado, conforme prescrição médica, não apenas melhora a qualidade de vida, mas também reduz consideravelmente o impacto da doença no organismo.
A médica infectologista Christianne Takeda destaca que o combate ao preconceito é crucial para enfrentar a Aids. Ela ressalta que muitas pessoas evitam fazer o teste, seguir o tratamento e compartilhar a situação com familiares e amigos devido ao medo de discriminação.
"O que as pessoas precisam é de apoio, não só dos seus amigos, mas também de familiares, para que se sintam à vontade para buscar ajuda, sem receio de sofrer preconceito", enfatiza a especialista.
Christianne Takeda destaca ainda o Dezembro Vermelho como uma campanha de conscientização na luta contra o HIV/Aids, visando informar a sociedade, esclarecer dúvidas e promover a proteção e apoio mútuo.
"Essas ações são oportunidades para unir forças e quebrar paradigmas. Juntos, podemos construir um futuro em que as pessoas se sintam mais incluídas, promovendo uma saúde mais sustentável e superando preconceitos", afirma a médica.