A sessão do Tribunal do Júri, que deveria julgar o assassinato de Giovanne Gabriel de Souza Gomes, ocorrido em 5 de junho de 2020, foi interrompida durante o sorteio para a escolha dos jurados, nesta terça-feira (4), no Fórum Tabelião Otávio Gomes de Castro, em Parnamirim.
Dos 21 cidadãos convocados, 13 foram recusados pela defesa e pela acusação, e o último sorteado alegou impedimento por ser amigo de um dos réus. Restaram apenas seis jurados, o que levou à suspensão do julgamento, pois são necessários sete jurados.
O julgamento, previsto para começar às 8h30 desta terça-feira (4) e durar até sexta-feira (7), foi adiado. A 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnamirim planeja novas datas para os dias 02, 03, 04 e 05 de julho, embora isso ainda não esteja confirmado.
Antes do início da sessão, Priscila Sousa, mãe de Gabriel, comemorou o fato dos acusados finalmente estarem sendo julgados. “Eu consegui chegar aqui, trazer os réus. Foram quatro anos de espera. Para mim, parece que foi ontem, mas foram quatro anos de luta e eu consegui. O sentimento é de que a justiça está sendo feita”, afirmou.
Relembre o caso
Giovanni Gabriel foi morto em 2020, aos 18 anos. Morador do bairro Guarapes, na zona Oeste de Natal, ele saiu em 5 de junho de 2020 para visitar a namorada no Loteamento Cidade Campestre, em Parnamirim. Gabriel escondia a bicicleta perto da casa da namorada para evitar conflitos com o pai dela, que não aprovava o relacionamento.
Naquela manhã, a Polícia Militar foi chamada para investigar o roubo de um carro em Parnamirim, pertencente à cunhada de Paullinelle Sidney Campos Silva, um dos sargentos da PM acusados da morte de Gabriel. Silva, junto com os agentes Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, todos lotados em Goianinha, começou a busca pelo veículo.
Gabriel foi encontrado pelos policiais próximo ao local onde o carro roubado estava. Embora tenha explicado que estava apenas visitando a namorada, ele foi abordado, liberado e novamente interceptado por outra viatura após moradores alertarem os policiais. Mesmo tendo informado que já havia sido abordado, ele foi colocado no porta-malas de um carro policial, sendo esta a última vez que foi visto com vida.
Segundo as investigações da Polícia Civil, Giovanni Gabriel foi executado a tiros pelos policiais, e seu corpo foi deixado em São José de Mipibu, a cerca de 30 km de Natal e 20 km de Parnamirim. O corpo foi encontrado em 14 de junho, após intensas buscas por amigos e familiares.
Os policiais acusados, Paullinelle Sidney Campos Silva, Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, respondem por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Eles estão atualmente em liberdade.