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26/09/2023 às 15:30

Cotas: Universidade de medicina cancela matrícula de potiguar que teria feito "chapinha" para parecer "indígena"

Uma estudante do Rio Grande do Norte alega ter sido vítima de discriminação racial na Universidade Federal de Rondônia (Unir) após o cancelamento de sua matrícula pela comissão de "heteroidentificação", que concluiu que ela não possuía ascendência indígena. Vitória Barros havia sido aprovada para cursar Medicina e afirmou pertencer ao povo Tapuia Tarairiú.

A comissão de heteroidentificação, cujo objetivo é verificar se os estudantes têm direito às cotas étnico-raciais, com o intuito de evitar possíveis fraudes, emitiu um relatório alegando que a estudante "alterou a aparência, utilizando alisamento de cabelo e maquiagem, para se assemelhar mais a um fenótipo indígena" e que, em suas redes sociais, ela "exibia cabelos naturalmente cacheados".

Conforme o Estatuto do Índio (Lei Nº 6.001), define-se como "Índio ou Silvícola todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é reconhecido como pertencente a um grupo étnico com características culturais que o diferenciam da sociedade nacional".

A Unir também afirmou que os membros da comissão encarregada de avaliar a matrícula da estudante não conseguiram contatar todas as lideranças que haviam assinado a declaração de pertencimento indígena apresentada por Vitória.

Vitória, que é natural de Macaíba, no Rio Grande do Norte, está a uma distância de mais de 4 mil quilômetros de Rondônia. Ela afirma fazer parte do povo Tapuia Tarairiú, originário da comunidade indígena Lagoa do Tapará, localizada entre Macaíba e São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal.


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