Da favela ao Itamaraty! Criado no Sol Nascente, no Distrito Federal, considerada a maior favela da América do Sul, esse jovem da periferia chegou ao topo do serviço público e conquistou a vaga de diplomata. O concurso para ingressar na carreira é apontado como um dos mais difíceis do país: são 230 candidatos por vaga para atuar no Ministério das Relações Exteriores.
William Placides, de 35 anos, enfrentou desafios desde a infância. Desde pequeno, ouvia os conselhos da mãe, Dona Nina, que mesmo em situações adversas, falava para o filho que ele poderia ser o que quisesse.”Minha história é diferente da de muitos dos meus colegas de profissão. Eu venho das periferias, conheci de perto a pobreza, a violência e as dificuldades de quem luta diariamente pela sobrevivência. Mas isso também me deu uma perspectiva única, uma sensibilidade necessária para entender o Brasil em sua complexidade”, disse em entrevista.
William deixou São Paulo ainda criança. Acompanhado da mãe, se mudou para o Distrito Federal em busca de uma vida melhor. Em uma casa simples, sem muita infraestrutura e cercados pela criminalidade, eles não se renderam às dificuldades.
Os dois tinham a mesma visão: a educação pode mudar vidas. Com uma bolsa integral pelo ProUni, se formou em Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília e, mais tarde, fez um intercâmbio na Áustria e uma experiência na Onu, em Genebra.