Um casal morador de Águas Claras, no Distrito Federal, viveu a emoção do nascimento da filha de um jeito diferente. No dia 17 de outubro, a farmacêutica Daiana Espíndola entrou em trabalho de parto e deu à luz na garagem do prédio onde ela e o marido Artur Fonseca moram.
Daniana começou a sentir as contrações por volta das 22h e Artur já estava preocupado com o tempo que levariam para chegar ao hospital. "Uma coisa que deixou a gente muito apreensivo é essa questão de que a gente mora no 15º andar. Daqui lá para baixo, ia demorar muito".
O casal avisou a doula e a médica que acompanharam o pré-natal de Daiana. As duas disseram para que os pais fossem para o hospital, no entanto, o trabalho de parto foi mais rápido do que todos imaginavam.
"Eu falei assim: 'não é possível que já esteja na hora de ir pro hospital'. Ainda pensei: 'mas como elas são experientes e sabem, eu vou seguir a recomendação'", conta Daiana.
No entanto, antes mesmo de chegarem na garagem do prédio, o que o casal temia aconteceu. "A gente só queria que fosse rápido. Mas o elevador parou e entrou uma pessoa. Eu não consegui olhar quem era, só fechava o olho, me concentrando naquela dor que estava sentindo. Quando a gente desceu o elevador e chegou na garagem, eu dei uns três passinhos e comecei a sentir que tinha alguma coisa descendo", diz a mãe.
Artur, que estava andando na frente, olhou para trás e viu que Daiana começava a dar à luz. "Voltei e vi um pedacinho da cabeça do bebê ainda dentro da bolsa", afirma.
Bebê empelicado
Artur disse que entendeu que o bebê nasceria ali mesmo. "Quando eu percebi que ela já estava saindo, mantive ela apoiada na mão. Sabia que na próxima contração já havia a possibilidade dela sair. A Dai se apoiou em mim, e aí quando foi o momento da outra contração, a Júlia saiu. Consegui segurar ela pela cabeça, e depois com a outra mão segurei o corpo. Depois, entreguei para Dai, para valorizar a golden hour, o pele à pele", conta o pai.
Com o cordão umbilical ainda preso no bebê, o casal seguiu para o hospital. "É importante manter o cordão ligado a mãe. Ainda existe troca de sangue nesse período entre a mãe e o bebê", explica a médica Patrícia da Silva, que acompanha Daiana.
Segundo a especialista, quando o marido viu a bebê ainda dentro da bolsa, significa que ela estava empelicada. "A cabeça do bebê começa a aparecer nesse momento, e a gente percebe que o bebê está empelicado. Ou seja, nasce com a cabeça dentro da bolsa amniótica." médica
"O bebê fica dentro de uma bolsa de águas, protegido por uma membrana, e essa membrana rompe. Às vezes ela rompe antes do trabalho de parto, às vezes ela rompe durante o trabalho de parto e às vezes ela rompe na hora que o bebê está nascendo. Em algumas situações, em cesariana, a gente consegue retirar todo o bebê dentro da bolsa. Mas em parto normal, é um evento raro", explica a médica.
G1