Em reunião com a Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, durante a última quinta-feira (11), o Grupo Solar Coca-Cola anunciou um investimento no valor de R$ 80 milhões no Estado e previsão 100 novos empregos diretos. O aporte financeiro será distribuído no período de cinco anos, com previsão de R$ 18 milhões somente em 2024.
Hoje, o Grupo Solar é a segunda maior fabricante de Coca-Cola no Brasil. São 13 fábricas, incluindo a unidade potiguar, empregando 18 mil colaboradores. As vagas serão direcionadas para a fábrica localizada no Distrito Industrial de Macaíba, na região metropolitana de Natal. Atualmente a empresa já condiciona 700 empregos diretos.
O diretor presidente da Solar Coca-Cola, André Salles, executivo com 20 anos de experiência no setor de bebidas e alimentos, detalhou que o grupo segue ampliando os investimentos em sustentabilidade na produção diária. “Estamos levantando a bandeira da sustentabilidade, diversidade e inclusão, desenvolvendo uma série de projetos para fortalecer nossas relações no Rio Grande do Norte”, informou.
A conexão entre o Rio Grande do Norte e a Coca-Cola já é antiga. A primeira planta de produção da bebida foi instalada em Parnamirim, na Base Aérea, durante a estadia das tropas dos Estados Unidos no período da Segunda Guerra Mundial.
"Quando eu saí [do CDP], já pensei em botar a minha fábrica de vassouras, o meu próprio negócio. Os policiais penais me deram uma mesa e eu arrumei ela todinha para fazer minhas vassouras", contou.
Fábrica de vassouras foi montada no quintal de casa
Atualmente José Camilo e a esposa, com quem é casado desde 2007, têm uma fábrica de vassouras nos fundos de casa. A produção virou o sustento da família.
O casal produz cerca de 240 vassouras por mês. Eles compram as garrafas, de 2 litros, a quatro catadores do município ao preço de R$ 0,10. O casal vende a dúzia de vassouras a R$ 90, o que dá em torno de R$ 1.800 por mês.
"Se tiver garrafas, ele faz até mais que 240 vassouras por mês. O problema é que ele mora em uma cidade pequena e de vez em quando ele tem dificuldade com essa questão das garrafas. Se em uma semana der fraco de garrafa, ele procura outras alternativas, como trabalhar de servente. Mas, na hora que as garrafas chegam, a prioridade dele é a produção de vassouras", afirmou Marcio, que mantém contato com o ex-interno.
"Eu produzo minhas vassouras, junto umas latinhas e vendo também... Eu passei 4 anos e meio preso e hoje trabalho para mim e me mantenho de forma honesta", assegurou José Camilo.
Projeto 'Varrendo a violência, empregando a paz'
O projeto 'Varrendo a violência, empregando a paz', realizado no Centro de Detenção Provisória de Apodi, nasceu em 2017. O objetivo, segundo o diretor da unidade, é ressocializar os presos e preservar o meio ambiente.
"Eu vi na internet a produção de vassouras com garrafas pet e achei interessante implantar esse projeto aqui na unidade, como uma forma de preservar o meio ambiente e gerar oportunidades para os internos. Iniciamos com cinco [internos] e atualmente temos 10 trabalhando na produção. Além deles trabalharem e reduzirem as penas, eles têm a oportunidade de adquirir uma nova profissão", disse Marcio Morais.
Parte das garrafas são doadas ao CDP por escolas da região. "O IFRN [Instituto Federal do Rio Grande do Norte] também é um grande parceiro, sempre está doando garrafas pra gente. E temos uma rede de 10 catadores, que fazem a coleta na cidade e trazem pra cá", contou o diretor.
Marcio explicou ainda que, depois de prontas, as vassouras são vendidas pelos próprios catadores.
"Eles trocam as garrafas por vassouras prontas e vendem essas vassouras nos comércios da região. O lucro é muito baixo. O projeto é mais social. A gente vende [as vassouras] por um preço bem mais abaixo do que o mercado, somente para manter o projeto", pontuou.
16 garrafas pet para 1 vassoura
Cada vassoura leva 16 garrafas pet, sendo 15 de 2 litros e uma de 1 litro. "Com uma vassoura a gente tira 16 garrafas que ficariam no meio ambiente. E a vassoura pet tem uma durabilidade muito grande. Não se acaba fácil", disse Marcio.
Em sete anos de existência, os internos do CDP de Apodi já transformaram cerca de um milhão de garrafas.
"Se tivéssemos mais garrafas, a gente tinha condições de produzir bem mais", afirmou o diretor da unidade.