Um homem que envenenou seu próprio pai, um idoso de 66 anos, estará diante do Tribunal do Júri em Natal. O crime ocorreu em 2017, e segundo o acusado, o crime foi cometido para acabar com o sofrimento do pai.
De acordo com a polícia, o homicídio ocorreu na madrugada de 6 de maio de 2017, na residência onde o pai e o filho viviam no bairro Nossa Senhora da Apresentação, na Zona Norte da cidade.
Dois dias após o ocorrido, o acusado apresentou-se voluntariamente na 2ª Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal, confessando ter assassinado o pai com veneno de rato. Segundo ele, seu ato teria sido motivado pelo desespero.
Na época, o homem, com 38 anos de idade, exercia a função de assistente de serviços gerais. Durante o depoimento ao delegado de plantão, ele relatou que o pai estava lutando contra um câncer na garganta e estava submetido a tratamento de quimioterapia.
Além disso, ele mencionou que a situação delicada e os cuidados com a saúde do pai idoso foram responsáveis pelo término de seu casamento de 23 anos, após sua esposa informar que ele teria que retirar o pai de casa. Adicionalmente, ele havia deixado seu emprego, onde recebia um salário mínimo, para cuidar do idoso.
O réu relatou que, em uma sexta-feira, "desesperado com sua situação", tomou a decisão de envenenar o pai e posteriormente cometer suicídio. Ele afirmou ter adquirido o veneno e consumido bebidas alcoólicas para reunir coragem. Em seguida, misturou o veneno para ratos com um medicamento fitoterápico destinado ao alívio da ansiedade e insônia, oferecendo a mistura para o pai. Ele também confessou ter ingerido parte do veneno.
O réu relatou que saiu de casa após o envenenamento e vagou por várias ruas da cidade, retornando mais tarde e encontrando seu pai sem sinais vitais. Movido pelo arrependimento e desespero, dirigiu-se à Ponte Newton Navarro com a intenção de cometer suicídio, mas não conseguiu.
Posteriormente, procurou uma comadre, a quem pediu assistência para as providências do velório e sepultamento do pai. Ele deixou sua carteira com ela, permitindo que sua ex-esposa retirasse dinheiro. Somente em 7 de junho, o homem voltou para casa e, seguindo o conselho de uma tia, entregou-se à polícia.
O réu permaneceu detido de 2017 até meados de 2019, quando foi liberado por decisão judicial. Atualmente, aguarda o desfecho do processo em liberdade.
Embora o laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia não tenha conseguido determinar a causa do falecimento do pai idoso, a polícia apreendeu embalagens abertas de veneno e contou com a confissão do acusado, que admitiu o crime.
O júri foi agendado pela Justiça em maio de 2022. Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, o julgamento terá início às 8h no Fórum Miguel Seabra Fagundes.
As informações são do Portal G1/RN