Depois das obras de reestruturação da Avenida Felizardo Moura, a continuidade da interdição da Ponte de Igapó para recuperação de sua estrutura, tem feito o comércio sentir queda no movimento, não apenas nos estabelecimentos circunvizinhos, mas também em áreas comerciais como no bairro do Alecrim. A Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (AEBA) diz que o impacto atinge desde os colaboradores que precisam se deslocar para trabalhar nas lojas, até os clientes que tendem a evitar cruzar a ponte. A entidade cobra das melhor planejamento e mais diálogo dos entes públicos com o setor produtivo quando projetos semelhantes forem executados.
O Departamento Nacional da Infraestrutura de Transporte (DNIT) já começou a instalar o canteiro de obras para os serviços que devem durar 18 meses. O órgão explicou que os bloqueios atuais, no sentido Igapó/Centro, devem durar cerca de 12 meses com previsão de outros seis meses de interdição no sentido contrário.
O presidente da AEBA, Matheus Feitosa, defende que sejam analisadas formas de reduzir os transtornos. “Fazemos um apelo para o DNIT e demais órgãos e secretarias que já estão envolvidos na nova interdição, um momento de reunião para estudar formas de executar a obra em horários como a noite, após horário de pico, ter um guincho à disposição nos horários de pico, maior efetivo de agentes de trânsito”, propõe.
Além disso, sugere uma operação onde possam trabalhar em conjunto a secretaria de mobilidade (STTU), Detran, Polícia Rodoviária Estadual e Federal com o objetivo de causar o menor impacto possível no trânsito e descolamento da população.
O pedido se deve ao fato de que a cada nova intervenção, a situação piora também para o comércio, segundo ele. “Grande parte dos nossos colaboradores e clientes são da zona Norte de Natal e utilizam o transporte público que também é prejudicado com as interdições”, relata.
Na subida da Avenida Felizardo Moura, logo após a ponte, pelo menos quatro empreendimentos fecharam as portas. Os donos de comércio da área dizem que o faturamento caiu em até 80%, após as interdições porque o fluxo de veículos fica prejudicado e acaba sendo deslocado para a Ponte Newton Navarro, o que faz com que os clientes escolham outras empresas para fechar negócios.
Mas o presidente da AEBA diz que nem todos optam por cruzar a segunda ponte e, por isso, deixam de fazer compras para evitar a travessia. “Ao invés de acessar a ponte nova, preferem comprar na zona Norte devido a distância que vão ter que percorrer, ao trânsito e ao gasto com combustível, se forem pensar o que vale mais a pena: comprar perto de casa pagando o mesmo valor ou um pouco menos, ou se compensa ir até o Alecrim para comprar ou consertar algum equipamento”, avalia Feitosa.
Para ele, se tivessem sincronizado as duas obras, os transtornos ocorreriam por menos tempo. “Por que essa interdição não foi feita em conjunto com a que foi feita na Felizardo Moura? Será que os gestores dos órgãos não tem a mínima noção que quando o comércio vende menos, conseqüentemente existe menor arrecadação de impostos e, assim, o poder público tem menos recursos para cumprir com suas obrigações?”, questiona.
Com a queda no faturamento, as empresas têm maior dificuldade para cumprirem com suas obrigações. “Além de impostos, tem o compromisso com seus colaboradores que precisam receber seus salários, os fornecedores dos produtos, os demais gastos fixos de uma empresa e, por fim, o pró-labore do dono ou sócios”, pontua Matheus Feitosa.
Tribuna do Norte