A Praia de Ponta Negra, em Natal, enfrentou, nesta quinta-feira (6), um acúmulo considerável de água na faixa de areia e o surgimento de uma voçoroca próxima ao Morro do Careca. De acordo com Thiago Mesquita, secretário de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), a voçoroca foi provocada por uma intervenção manual ilegal. A secretaria já está investigando o caso para responsabilizar os envolvidos.
Segundo o secretário, algumas pessoas cavaram uma pequena vala na área para facilitar o escoamento da água acumulada. Contudo, essa ação comprometeu a estrutura da areia e possibilitou que um grande volume de água escoasse descontroladamente, resultando em erosão. “Embora a intenção tenha sido boa, essa abertura manual agravou a situação. A água desceu rapidamente e escavou a areia, causando esse problema”, destacou Mesquita.
A confirmação da intervenção ilegal foi feita após a Semurb identificar pegadas humanas ao redor da vala e receber denúncias de moradores locais. Equipes da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) estão na praia com equipamentos para resolver a situação e restaurar a área afetada, com previsão de que o problema seja sanado ainda hoje, adicionando areia ao local. Mesquita orienta que as pessoas não realizem intervenções na praia.
“Pedimos que evitem esse tipo de ação por dois motivos: é um crime ambiental e prejudica o aterro”, alertou.
Apesar das preocupações expressas por banhistas e residentes da área, Mesquita afirmou que o acúmulo de água não representa um problema estrutural da obra, mas é uma consequência natural do novo sistema de drenagem implementado. Ele explicou que o sistema anterior, com mais de 20 anos, permitia que a água da chuva descesse rapidamente da avenida Engenheiro Roberto Freire até a praia, levando areia e contribuindo para a erosão.
“Com a requalificação, instalamos 16 dissipadores de energia para diminuir a velocidade da água. Esses dissipadores acumulam água e, durante chuvas intensas, criam lagos temporários que se infiltram naturalmente na areia em algumas horas”, detalhou Mesquita.
Ele também enfatizou que essa situação já era prevista pela secretaria, visto que a drenagem ainda não está totalmente concluída. “Quando a execução estiver 100% finalizada, a formação desses lagos será minimizada, facilitando o processo de infiltração da água”, concluiu.