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01/06/2023 às 16:29

Junho laranja alerta para a importância de prevenir queimaduras

A campanha Junho Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), tem como objetivo conscientizar a população sobre o grave problema de saúde pública relacionado às queimaduras. Com o slogan "Não se choque, eletricidade queima", a campanha deste ano concentra-se nos acidentes envolvendo eletricidade, abordando políticas públicas de prevenção e incentivando o cuidado necessário por parte de toda a sociedade.

De acordo com o cirurgião plástico Marco Almeida, do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) e membro do Comitê de Prevenção da SBQ, cerca de 50% dos acidentes fatais estão relacionados à eletricidade. As principais causas incluem más condições da rede elétrica em residências, os chamados "gatos" para furto de eletricidade, aparelhos elétricos em mau estado e falta de vigilância em relação às crianças, como o acesso desprotegido às tomadas.

Os acidentes elétricos frequentemente resultam em morte imediata e podem causar sequelas graves, como amputações. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2015 e 2020, ocorreram 19.772 óbitos por queimaduras no Brasil, dos quais a eletricidade foi responsável por 9.117 casos, ou seja, 46,1% do total.

Um levantamento do CTQ, no período de janeiro a maio deste ano, 20 pessoas foram admitidas na unidade devido a queimaduras elétricas, número equivalente ao do mesmo período em 2022. Quanto às queimaduras térmicas (causadas por calor ou frio), o CTQ atendeu 223 casos entre janeiro e maio de 2023, em comparação com 161 casos no mesmo período de 2022. Em relação às queimaduras químicas (provocadas por agentes corrosivos, como ácidos), foram registrados 22 casos em 2023 e 34 casos em 2022. Portanto, o número total de casos de queimaduras entre janeiro e maio deste ano foi de 265, em comparação com 215 casos no mesmo período de 2022, revelando um aumento de 23%.

"Esse aumento no número de casos de queimaduras é preocupante e serve como um alerta para que as pessoas estejam mais atentas às medidas preventivas", alertou Marco Almeida. Desde o início da pandemia da Covid-19, a venda de álcool líquido 70% foi liberada pela Anvisa, e o uso incorreto desse produto tem levado a um considerável aumento nos acidentes. Outro fator agravante é o aumento do uso de etanol combustível como alternativa para cozinhar, devido ao aumento do preço do gás de cozinha. No CTQ, foi observada uma clara relação entre o aumento do preço do gás de cozinha e o crescimento dos acidentes relacionados ao uso de álcool combustível, que muitas vezes são fatais."

Festejos juninos

E com chegada do período das festas juninas abre espaço para os fogos de artifício e fogueiras. O CTQ costuma receber uma média de 20 a 30 vítimas de acidentes graves relacionados a essas tradições a cada período junino. 

“Os fogos de artifício não devem ser brincadeiras para criança. Mesmo os chumbinhos podem levar a consequências graves, como lesões na face ou mesmo cegueira, se atingirem os olhos. O uso de fogos de artifício pode levar a acidentes graves, como perda de um dedo, lacerações graves e amputações”, ressaltou Marco Almeida. 

Outro alerta importante diz respeito às fogueiras. Deve-se evitar brincadeiras próximas a elas (até mesmo devido a problemas consequentes da inalação da fumaça) e não utilizar produtos inflamáveis, como álcool 70%, perto do fogo ou de crianças.


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