No Brasil, cerca de 7 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos ainda não foram vacinados contra o HPV, mesmo após terem ultrapassado a faixa etária recomendada para receber a vacina, que é de 9 a 14 anos. Para reverter essa situação, o Ministério da Saúde lançará ao longo deste ano uma campanha de resgate para localizar e vacinar esses jovens.
O HPV é o vírus responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, que é o terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres brasileiras. Além disso, ele pode causar câncer em outras partes do corpo, como ânus, pênis, vagina e garganta. A vacina disponível no Sistema Único de Saúde protege contra os quatro subtipos do vírus que mais frequentemente causam câncer, além de prevenir verrugas e feridas nos órgãos genitais.
A eficácia da vacina é maior quando administrada antes do início da vida sexual, pois isso reduz significativamente o risco de infecção prévia, uma vez que a transmissão do HPV ocorre principalmente por meio do contato sexual. Por essa razão, a vacinação é recomendada para jovens entre 9 e 14 anos.
Flavia Correa, consultora médica da Fundação do Câncer, enfatiza a importância de vacinar aqueles que não receberam a imunização para que o Brasil avance na meta de eliminar o câncer de colo do útero. Ela lembra que quando a vacinação contra o HPV começou em 2014, a cobertura da primeira dose foi quase total. No entanto, houve uma queda significativa na segunda dose devido à desinformação sobre as vacinas.
"Após isso, enfrentamos a pandemia de covid-19, que resultou em uma queda na cobertura vacinal em geral. Agora estamos em um momento crucial para recuperar essas taxas. A vacina protege contra quatro tipos diferentes do vírus. Mesmo que alguém tenha tido contato com um desses tipos, pode não ter sido exposto aos outros, portanto ainda há benefícios em se vacinar", explica a médica.