Moraes nega pedido de Bolsonaro para anular delação de Mauro Cid

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta terça-feira (17) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anular o acordo de delação premiada firmado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

O pedido foi apresentado um dia antes, após a revista Veja publicar que Cid teria mentido em depoimento prestado ao STF, na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. Mauro Cid é um dos réus no processo.

Na decisão, Moraes considerou o pedido da defesa como protelatório e ressaltou que o momento processual é inadequado para esse tipo de solicitação, além de lembrar que a mesma solicitação já havia sido rejeitada anteriormente.

“O atual momento processual é absolutamente inadequado para pedidos protelatórios, caracterizados por repetição de pedidos indeferidos anteriormente”, escreveu o ministro.

A defesa de Bolsonaro argumenta que Mauro Cid teria violado cláusulas do acordo de colaboração ao supostamente repassar informações sigilosas por meio de perfis em redes sociais vinculados ao nome de sua esposa, Gabriela Cid.

Durante depoimento ao STF na semana passada, Mauro Cid negou ter conhecimento dos perfis @gabrielar702 e “Gabriela R” no Instagram, que teriam sido usados para vazar trechos sigilosos de sua delação. Ele também afirmou que não utilizou redes sociais para se comunicar com outros investigados.

Caso confirmada a quebra de sigilo, Cid pode perder os benefícios obtidos com a colaboração premiada, como o direito de responder ao processo em liberdade.

Resposta da defesa de Mauro Cid

Após a repercussão da reportagem, os advogados de Mauro Cid classificaram o conteúdo da Veja como “mentiroso” e afirmaram que o perfil mencionado não pertence à esposa do militar, nem tem relação com ela. A defesa também solicitou uma investigação para apurar a titularidade da conta.