O muro de uma lagoa de captação que desabou e interditou 10 casas no bairro de Neópolis, zona Sul de Natal, começou a ser reconstruído pela Prefeitura e deve ficar pronto até fevereiro de 2024, segundo previsão do secretário de Infraestrutura, Carlson Gomes. Ao todo, a obra terá custo de R$ 2,3 milhões.
“As obras já começaram e o prazo é de 120 dias. Primeiro precisamos dar estabilidade na encosta, para dar sustentação. Vamos fazer o muro para permitir que se construa as casas novamente, mas essa decisão será num segundo passo junto à Seharpe”, disse o titular da Seinfra. A obra está sendo executada há 10 dias e deve seguir nos próximos meses.
A obra está sendo executada pela empresa TCPAV – Tecnologia em Construção e Pavimentação Eirelli – que foi a única a apresentar proposta para participar da licitação divulgada pela Prefeitura de Natal.
De acordo com informações do secretário adjunto de conservação da Seinfra, Lucas Pinheiro, a técnica utilizada para a reconstrução do muro é a de “solo grampeado”.
“Uma técnica que tem se mostrado uma solução eficiente para estabilização de taludes e escavações de pequeno e médio portes. A grande vantagem do método em relação aos muros de gravidade é que a execução é realizada de cima para baixo, o que garante maior segurança durante a execução da obra, uma vez que o talude não fica exposto às intempéries até o término da construção do muro de arrimo”, explicou,” explicou Pinheiro.
Enquanto as obras são tocadas, moradores das 10 casas que foram interditadas pela Defesa Civil anseiam pelo retorno às suas residências. É o caso de Luzimar Medeiros, 54 anos, que além de morar na Rua Carmessita, também possuía um ponto de açaí e sorvete.
“Estou morando na Ayrton Senna numa casa alugada. A Prefeitura disse que termina a obra no dia 14 de fevereiro, acredito que essa data não vá se cumprir. Consegui tirar todos os móveis, desocupamos a casa no mesmo dia. Moro aqui há 27 anos e quero voltar para cá”, explicou.
A natalense morava com as duas filhas e dois netos em duas casas coladas uma na outra na rua. Junto com outras famílias, ela está recebendo o Aluguel Social da Prefeitura no valor de R$ 600 mensais para custear a moradia provisória. Nove famílias estão alojadas em imóveis alugados, e uma décima família está morando com parentes.
O desabamento aconteceu no dia 21 de agosto, após fortes chuvas na capital. Na época, a área já era considerada como de risco pela Defesa Civil Municipal. A principio, o desabamento havia afetado seis casas, mas com levantamentos da Defesa Civil o número subiu para oito ainda no mesmo dia, e posteriormente houve atualizações para dez residências interditadas.
A Secretaria de Habitação (Seharpe) vai aguardar o fim da reconstrução do muro de contenção da Lagoa de Captação Ouro Preto, localizada no bairro Neópolis, para definir o que será feito em relação às dez casas interditadas após o desabamento da estrutura, em agosto. Segundo a Seharpe, apenas com a confirmação da equipe de engenharia da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), após o fim dos serviços, será possível afirmar se o local vai comportar a permanência das residências.
Tribuna do Norte