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12/01/2024 às 15:24

Natal é a capital do Nordeste com maior número de adultos depressivos

A depressão, afetando mais de 300 milhões de pessoas globalmente, é um transtorno comumente estigmatizado e atravessado por diversos fatores. No estado do Rio Grande do Norte, os números revelam uma realidade preocupante. Segundo a pesquisa Vigitel 2023, do Ministério da Saúde, em 2023, Natal apresentou um percentual de 13,2% de adultos diagnosticados com depressão, totalizando cerca de 117 mil pessoas. Esse percentual destaca a capital potiguar como a quarta entre todas as capitais nordestinas, empatada com Fortaleza, Ceará, no maior número de casos.

Comparando com 2021, o último ano em que o relatório foi divulgado, houve um aumento de 1,4% nos diagnósticos, indicando uma tendência preocupante de crescimento dos casos diagnosticados da doença.

A pesquisa revela que, em 2023, as mulheres representaram a maior porcentagem, correspondendo a 17,3%, enquanto os homens responderam por 8,5% dos casos de depressão diagnosticados. Sarah Oliveira, preceptora psicóloga do Instituto Santos Dumont (ISD), destaca que fatores como a procura crescente por atendimentos terapêuticos, especialmente durante a pandemia, contribuem para o aumento dos números.

Sarah enfatiza que fatores contextuais, histórias de vida, contextos sociais, socioeconômicos e o conhecimento sobre a busca de ajuda desempenham um papel crucial. O aumento nos números, segundo ela, pode indicar que as pessoas estão buscando mais ajuda, revelando um aspecto positivo diante do cenário preocupante.

Entretanto, a psicóloga ressalta que a ausência de uma rede de apoio, juntamente com questões relacionadas à qualidade de vida individual e o adoecimento crônico, são fatores que aumentam as chances do desenvolvimento de doenças mentais.

Apesar do aumento nas buscas por diagnóstico, Sarah destaca a existência de barreiras no acesso à rede de atenção psicossocial, evidenciando uma demanda elevada de pacientes, que ultrapassa a capacidade de atendimento. Isso resulta em um cenário de subnotificação de diagnósticos, representando um dos principais obstáculos para o cuidado efetivo das pessoas com depressão.

Sarah enfatiza a importância da rede de apoio, destacando que a socialização de informações sobre a depressão e suas opções de tratamento é fundamental para desmistificar a condição. Ela ressalta que falar abertamente sobre a depressão contribui para entender que se trata de um adoecimento com várias possibilidades de tratamento.

No contexto do Janeiro Branco, campanha voltada para a conscientização sobre saúde mental e emocional, Sarah Oliveira destaca a importância da quebra de estigmas e do incentivo ao diálogo como pontos cruciais. Ela enfatiza que uma rede de apoio que aborde a depressão e as opções de tratamento é essencial para oferecer acolhimento às pessoas que buscam ajuda.

Para mais informações sobre a campanha Janeiro Branco, os interessados podem acessar o Instituto Janeiro Branco. O mês de janeiro marca essa mobilização, envolvendo diversos agentes, desde organizações e instituições até profissionais da saúde e membros da sociedade civil, com o objetivo de reforçar o cuidado e a prevenção de doenças mentais, incluindo depressão, ansiedade, pânico, transtornos de humor e outras condições psíquicas.


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