Oposição pressiona Davi Alcolumbre por instalação da CPMI do INSS ainda em maio

Com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em viagem oficial à China ao lado da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a oposição se mobiliza para acelerar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar o esquema de fraudes em descontos indevidos nos benefícios do INSS.

O requerimento de criação da CPMI já foi protocolado com 223 assinaturas de deputados e 36 de senadores — número suficiente para abertura. A expectativa dos oposicionistas é que, assim que Alcolumbre retornar ao Brasil, ocorra uma reunião para debater o tema e pressionar pela leitura do pedido em plenário durante a próxima sessão do Congresso Nacional.

Nos bastidores, aliados de Alcolumbre afirmam que ele reconhece a necessidade de discutir a instalação da comissão diante da pressão crescente e da amplitude do apoio — que inclui, além da oposição, integrantes do centrão e até nomes de partidos aliados ao governo.

Senadores da oposição querem que os trabalhos da CPMI contemplem a análise pericial de documentos de sindicatos e associações envolvidas no escândalo, convocações de dirigentes das entidades e visitas técnicas a locais afetados pelas fraudes. A proposta é que essas atividades comecem a partir do dia 27 de maio, embora ainda não haja sessão confirmada no sistema do Congresso para esta data.

Na Câmara, também há pressão pela abertura de uma CPI exclusiva para o tema. O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou a líderes partidários que o requerimento será analisado, mas seguirá a ordem de chegada das demais solicitações de comissões parlamentares de inquérito.

A oposição pretende intensificar a articulação nos próximos dias para ampliar o número de assinaturas no Senado, com meta de alcançar pelo menos 41 adesões até o fim da semana.