A palavra assusta: câncer de mama. A doença, gerada por mutações no DNA das células é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, segundo dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Outubro Rosa é o mês de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, além de proporcionar maior acesso às informações disponíveis que podem contribuir para a redução das mortes.
Apesar do peso que vem com a descoberta, se diagnosticado e tratado precocemente, as chances de cura são boas. Por isso, a chave é a prevenção. Os especialistas explicam que alguns fatores de desenvolvimento do câncer não podem ser mudados, como os relacionados à genética, história familiar, idade e raça.
Por outro lado, existem os riscos que podem ser diminuídos conforme o estilo de vida e as decisões da própria pessoa, como ter uma alimentação saudável e praticar atividade física.
Estilo de vida saudável pode reduzir as chances de desenvolver a doença
De fato, a nutrição é um dos aspectos mais modificáveis do estilo de vida das pessoas e as escolhas alimentares podem estar associadas a uma redução significativa no risco de câncer de mama.
É o que explica Sandra Chemin, coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo e mestre em Ciência dos Alimentos pela USP. Ela diz que existem muitas evidências que associam a dieta mediterrânea com o menor risco de mortalidade por câncer, bem como sua recorrência em pacientes já tratados.
“A dieta mediterrânea prioriza o consumo de alimentos frescos e naturais, baseando-se nos sabores e tradições da região mediterrânea. Nesta dieta estão incluídos peixes, azeite de oliva, frutas, vegetais, legumes, cereais integrais, sementes e frutos secos”, explica a especialista.
Mais peixe, menos gordura, por favor!
Segundo estudo recente do British Medical Journal (BMJ), comer duas porções de peixe por semana pode ajudar a reduzir o risco de uma mulher desenvolver a doença. A explicação deve-se ao fato de que os peixes contêm gordura insaturada, que, ao contrário da saturada, faz bem à saúde. Além disso, alguns peixes são ricos em vitamina D, um proto-hormônio que pode interferir no crescimento do câncer.
Xô, açúcar!
Sandra também ressalta que outros estudos deixaram evidentes que o consumo de peixes e azeite fornecem efeito protetivo, enquanto gorduras saturadas, excesso de sal e açúcar, tem correlação negativa com esta doença.
A nutricionista destaca a importância de evitar alimentos muito gordurosos como pastéis, lanches, leite integral e doce de leite, além de sal e açúcar em excesso. “Evidências científicas relacionam o consumo excessivo de gorduras com o aumento dos índices de câncer de mama, especialmente na pós-menopausa, quando há maior correlação entre o teor de gordura da dieta e os níveis séricos de estradiol, hormônio ligado ao crescimento de tumores”, comenta.
G1