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21/06/2024 às 17:01

Pesquisa da OCDE revela baixo Nível de Criatividade entre estudantes brasileiros de 15 anos

Uma pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou que 54,3% dos estudantes brasileiros de 15 anos têm baixo nível de criatividade. Esta foi a primeira vez que o exame mediu a criatividade dos estudantes, e o resultado colocou o Brasil na 44ª posição entre 56 países analisados, ficando atrás de outras nações latino-americanas como Uruguai, Colômbia e Peru.

A pesquisa faz parte do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, sigla em inglês para Programme for International Student Assessment) e visa identificar os lugares com melhores resultados para associar o pensamento criativo aos currículos escolares. De maneira geral, revelou que os alunos brasileiros apresentaram ideias óbvias e tiveram dificuldades em propor mais de uma solução para problemas simples.

Por outro lado, estudantes que participam de atividades de artes, teatro e escrita criativa tiveram melhor desempenho. “A escola tem um papel fundamental nesse processo. Aqui na Casa Escola, por exemplo, defendemos que a ludicidade é um ingrediente indispensável para promover aprendizagens, dar vazão à criatividade e, por isso, promovemos didáticas e metodologias que vão além de ensinar conteúdos”, ressalta a diretora Priscila Griner.

Uma das questões aplicadas pelo Pisa pedia aos alunos que criassem três títulos diferentes para a imagem de um livro enorme em um jardim. O exame previa que alunos de nível 1 ou 2 apresentassem títulos mais simples e literais, como "O livro gigante". Já as respostas criativas trariam, segundo os examinadores, adjetivos menos óbvios, como "A árvore solitária" ou "A trilha escrita".

Para Priscila Griner, "ver além do literal faz parte de um exercício artístico que precisa ser estimulado desde cedo. Por isso, a arte é tão importante. Através dela, o aluno desenvolve uma capacidade maior de fazer relações, de se tornar mais sensível, de aprender a contemplar, de extrair significados mais amplos e de obter uma visão mais crítica sobre o mundo a fim de transformá-lo em um mundo melhor", pontua a educadora.

O estudo do Pisa revelou ainda que alunos com maior status socioeconômico tendem a ter melhor desempenho em pensamento criativo em comparação a jovens que vivem em situação de vulnerabilidade social. Em média, a diferença foi de 9,5 pontos. Além disso, as meninas demonstraram maior criatividade em relação aos meninos: 31% delas e 23% deles conseguiram atingir o nível 5 de proficiência (considerado alto).


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