A Polícia Civil afirmou, nesta quinta-feira (28/9), que a munição que matou o torcedor são-paulino Rafael Garcia, 32 anos, foi uma “bean bag” (“saco de feijão”, em português), uma pequena bolsa com esferas metálicas usada pela Polícia Militar em substituição às balas de borracha.
O caso aconteceu no último domingo (24/9), no entorno do Estádio do Morumbi, em São Paulo, enquanto torcedores comemoravam o título da Copa do Brasil sobre o Flamengo e acabaram por se envolver em uma confusão com a PM.
“Foi muito próximo dele. O impacto foi muito forte. Acertou diretamente nele, em distância curta. Normalmente, esse tipo de munição é disparada a uma distância maior justamente para não causar uma lesão”, afirmou a diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Ivalda Aleixo, à rádio CBN, na manhã desta quinta-feira.
Segundo Ivalda, ainda é necessário esclarecer quem foi o responsável por disparar a munição. “Já se sabe o que o atingiu, uma ‘bean bag’, mas não sabemos de onde partiu e como foi que atingiu o torcedor são-paulino”, disse.
O uso de “bean bag” é recomendado a uma distância de, no mínimo, seis metros, o que não teria acontecido no último domingo.
O corpo do torcedor são-paulino foi ferido na nuca e a declaração de óbito já apontava que foi usada munição de arma de fogo para matá-lo.
O que dizem as autoridades
Questionada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que todas as circunstâncias relacionadas à morte do torcedor são investigadas por meio de inquérito policial. “As diligências em buscas de testemunhas, análise de imagens e demais elementos que auxiliem na elucidação estão em andamento”, disse, em nota.
Segundo a SSP, os policiais militares realizaram ações de controle de multidão com uso de munições de menor potencial ofensivo, como “bean bags”, elastômero e jatos de água. “A Polícia Militar instaurou também um inquérito policial militar (IPM) e apura rigorosamente toda a ação ocorrida no último domingo”, disse. “Qualquer excesso por parte dos policiais, que eventualmente seja identificado, será devidamente investigado e responsabilizado”, afirmou.
Metrópoles