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03/02/2025 às 15:43

Preocupação com a infraestrutura e falta de guias no Forte dos Reis Magos impacta o Turismo

A situação precária da infraestrutura do Forte dos Reis Magos, aliada à carência de guias turísticos capacitados, tem gerado inquietação entre os representantes do setor turístico no Rio Grande do Norte. Antônio Neto, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do estado (ABAV-RN), destaca que a ausência de investimentos compromete a experiência dos visitantes e diminui a atratividade do local. 

 “O Forte dos Reis Magos é um dos principais patrimônios históricos do Brasil, recebendo em média cerca de 5 mil visitantes mensais, entre turistas e moradores. Contudo, a falta de guias qualificados e as condições inadequadas impactam negativamente a experiência dos visitantes, além de prejudicar a imagem do destino”, afirma Antônio Neto.  

Uma pesquisa intitulada “Tendências de Turismo Verão 2025”, realizada pelo Ministério do Turismo em colaboração com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, revelou que mais de 59 milhões de brasileiros planejam viajar entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, movimentando aproximadamente R$ 148,3 bilhões na economia nacional. Desses viajantes, 54% escolhem destinos de sol e praia, o que ressalta a relevância de Natal no cenário turístico. Para as agências de turismo, diversificar produtos e personalizar pacotes têm se mostrado estratégias essenciais para atender um público cada vez mais exigente. 

Antônio Neto enfatiza que valorizar patrimônios históricos como o Forte dos Reis Magos é fundamental para aprimorar a oferta turística do estado. “O aumento do interesse por turismo cultural e experiências exige investimentos em infraestrutura e serviços turísticos de qualidade. É necessário implementar melhorias estruturais no Forte para proporcionar uma visita mais enriquecedora e atrativa”, destaca o presidente da ABAV-RN.  

Entre as propostas sugeridas pelo setor para melhorar a situação estão: investir na capacitação de guias turísticos para garantir profissionais qualificados que ofereçam informações detalhadas sobre a história do Forte; realizar manutenções periódicas para preservar o espaço, incluindo melhorias na iluminação e atualização das sinalizações; e implementar tecnologia interativa, como QR Codes e audioguias multilíngues, permitindo que os visitantes acessem informações de forma autônoma. Antônio Neto acredita que essas medidas poderiam elevar o Forte dos Reis Magos à condição de um atrativo ainda mais valorizado, aumentando sua visibilidade e fortalecendo o turismo local.

 “O setor turístico desempenha um papel essencial na economia do estado. Investir na modernização do Forte traria benefícios tanto para o turismo quanto para a preservação histórica”, concluiu.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio-RN) defende que o Forte dos Reis Magos seja concedido à iniciativa privada como forma de assegurar investimentos contínuos e garantir a preservação desse patrimônio histórico. Marcelo Queiroz, presidente da entidade, ressalta que a falta de cuidados e investimentos nos equipamentos públicos prejudica tanto o turismo quanto a economia do estado.  

“A experiência negativa de um visitante não só compromete a imagem dos nossos destinos, mas também gera publicidade desfavorável que diminui sua atratividade turística. O Forte, um símbolo histórico e paisagístico de Natal, pode ser muito melhor aproveitado”, afirma Queiroz. A Fecomércio apresentou ao Governo do Estado uma proposta para incluir o Forte dos Reis Magos no programa estadual de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

 A entidade acredita que essa concessão permitiria melhorias na estrutura do local, ampliação do horário de funcionamento e diversificação das atividades oferecidas. “O Forte pode operar diariamente com horários estendidos e promover atividades culturais, gastronômicas e eventos. Esse modelo já se mostrou eficaz em outros patrimônios, como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, em Fernando de Noronha”, explica Queiroz.

 A Fecomércio argumenta que sob gestão privada o espaço poderia atrair mais visitantes, gerar novas oportunidades de emprego e fortalecer a cadeia produtiva do turismo no estado. “É essencial modernizar a gestão do Forte para que ele se torne mais do que um simples espaço histórico; deve oferecer uma experiência completa e sustentável que valorize sua história, atraia mais visitantes e contribua para o fortalecimento do turismo local”, acrescenta o presidente da entidade. Atualmente, a proposta da Fecomércio está sendo analisada pelo governo estadual, mas ainda não há previsão para a formalização de um estudo técnico ou lançamento de um processo formal de concessão.


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