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03/08/2023 às 12:07

Presidente da CPI do MST pergunta se deputada 'quer hambúrguer' para se acalmar

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) na Câmara, deputado Zucco (Republicanos-RS), ofereceu um "remédio ou um hambúrguer" para a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) "se acalmar", na reunião desta quinta-feira (3). A fala foi vista como machista e gordofóbica por aliadas de Sâmia que presenciaram o momento.

Depois de reações por perguntas relacionadas a Sâmia ao líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha Júnior, Zucco disparou para Sâmia: "Minha senhora, a senhora pode ficar mais calma. A senhora respeite. A senhora está nervosa, deputada. Quer um remédio ou quer um hambúrguer?". Antes, Sâmia tentava falar com o microfone desligado e sem ter o tempo de fala.

Em seguida, a deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS) falou sobre o assunto: "O senhor, na condição de presidente, olhou para a deputada Sâmia Bomfim e disse para ela tomar um calmante e ir comer um hambúrguer". A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) apontou que o presidente da CPI cometeu um comportamento de "excesso". 

"O senhor se dirigiu à deputada Sâmia Bomfim e disse para ela procurar um hambúrguer. O senhor se dirigiu a nós duas e falou para que procurássemos um remédio. O senhor é presidente de uma CPI. O senhor não tem vergonha de envergonhar o Parlamento brasileiro e atacar mulheres eleitas?", questionou Talíria.

Ao assumir o microfone, Zucco pediu para que sua fala fosse retirada das notas taquigráficas da reunião e falou a Sâmia: "Nesta fala, falou que o Xandão [ministro Alexandre de Moraes] está atrás de mim. Esta fala, que foi dito, meu irmão com câncer, em tratamento quimioterápico, que ele teria sido demitido por eu ter sido presidente [da CPI]. A senhora Sâmia, em todas as audiências, me ataca, e eu nunca fui desrespeitoso com ela, diferente dela", disse.

Sâmia, então, rebateu Zucco: "Não é verdade que o senhor nunca foi indecoroso, nunca foi desrespeitoso comigo e com as demais parlamentares dessa comissão. E isso não sou eu que afirmo, mas a Procuradoria-Geral da República, que nesse momento tem um inquérito aberto para apurar a conduta de Vossa Excelência e também do relator dessa CPI a respeito das interrupções, agressões, que são configuradas como violência política de gênero que nós conquistamos como lei."

"É uma lei que nós vamos recorrer sempre que for necessário, porque é o nosso instrumento de defesa, mas também de ataque àqueles que acham que vão nos silenciar ou nos intimidar com piadinhas absolutamente covardes. Nós vamos seguir a nossa luta, e sinto muito se o senhor está nervoso no dia de hoje", finalizou.


O Tempo


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