O Rio Grande do Norte registrou um aumento na incidência de dengue em janeiro de 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Até 31 de janeiro, foram contabilizados 648 casos prováveis, comparados aos 607 do mesmo período em 2023. Atualmente, uma morte está sob investigação.
No ano anterior, o estado acumulou 2.430 casos confirmados de dengue, resultando em uma incidência de 222,33 casos por 100 mil habitantes. Três óbitos foram registrados em 2023, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP).
Em Natal, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) notificou 132 casos de arboviroses (dengue, zika e chikungunya) até 13 de janeiro, sendo a dengue responsável por 92,4% das notificações, indicando um aumento de 66,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) da SMS informou que intensificou as ações de combate à doença desde 2023, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. As visitas dos agentes de endemias cobriram 80% dos 350 mil imóveis em Natal no ano passado, e mais de 150 mil pneus foram recolhidos em colaboração com a Companhia de Limpeza Urbana (Urbana).
Apesar dos esforços, dados de janeiro indicam um aumento nas notificações de casos de dengue, com destaque para a presença do sorotipo 3 do vírus, que não circulava de forma acentuada há pelo menos 15 anos, aumentando a suscetibilidade da população.
Fatores climáticos, como ondas de calor e chuvas espaçadas, proporcionam um ambiente propício para o aumento da incidência de arboviroses. A UVZ realiza bloqueios químicos em bairros com casos notificados, mas alerta para o crescimento das notificações em janeiro em comparação a 2023.
A Secretaria Municipal de Saúde instituiu um gabinete de crise para discutir ações de combate às arboviroses e atualização do Plano de Ação Municipal Emergencial para combate ao Aedes aegypti.
O infectologista Igor Thiago Queiroz, presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia, destaca a introdução do sorotipo 3 do vírus da dengue e enfatiza a necessidade de ações coordenadas entre secretarias estaduais e municipais de saúde, visando a redução dos criadouros do mosquito. A vacina contra a dengue, recém-licenciada, está disponível para pessoas de 4 a 60 anos, mas ainda não em quantidade suficiente para toda a população. A colaboração coletiva é considerada essencial para controlar os criadouros do Aedes aegypti e prevenir a dengue.