Na reunião desta quarta-feira (19) da Comissão de Administração, Serviços Públicos, Trabalho e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, foram convidados o secretário de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Helton Edi Xavier; o delegado Regional Executivo da Polícia Federal, Caio César Bezerra; e a presidente do Sindicato dos Policiais Penais (SINDPPEN/RN), Vilma Batista. O convite surgiu a partir de uma solicitação do deputado Luiz Eduardo (SDD), membro suplente da Comissão, para questionar o secretário sobre uma conversa com um presidiário na sede da Polícia Federal.
"Não é atribuição de secretário de Estado conversar com detento", afirmou Luiz Eduardo, iniciando o debate na reunião presidida pela deputada Cristiane Dantas (SDD) e com a participação dos demais membros da Comissão: Gustavo Carvalho (PSDB), Dr. Bernardo (PSDB), Taveira Júnior (União), Coronel Azevedo (PL), além dos deputados Kleber Rodrigues (PSDB), Francisco do PT e Divaneide Basílio (PT).
Antes de responder ao deputado, Helton Xavier explicou que, além de ser secretário, é policial, e que sua visita à sede da Polícia Federal para acessar o preso transferido para o Rio Grande do Norte, vindo de Pernambuco em uma operação, estava dentro de suas atribuições. "Nunca respondi por nenhum mal feito, nem mesmo para ser absolvido no final", declarou Helton Xavier, acrescentando que o episódio é antigo e foi ressuscitado de forma polêmica em ano eleitoral. "A fake news é tão mal feita que me acusam de ter feito reunião secreta com um líder de facção dentro da sede da Polícia Federal", ironizou o secretário.
"A controvérsia se baseia em acusações levianas e mentiras contra mim", disse Helton Xavier, sendo questionado pelo deputado Coronel Azevedo sobre a conversa com o preso. O secretário lembrou que Azevedo, quando comandante da Polícia Militar, também foi acusado de conversar com um líder de facção, e que não o acusaria do que estão lhe acusando hoje. Vilma Batista rebateu o secretário e se pronunciou em diversos momentos. O deputado Francisco do PT defendeu a atuação do secretário, destacando a integridade da Polícia Federal. "Como dentro da sede da PF se faz algo escondido, secreto? A Polícia Federal jamais participaria de qualquer ação fora da legalidade", disse Francisco, seguido pelo deputado Dr. Bernardo, que falou sobre as diferentes interpretações. "Às vezes as pessoas interpretam de má fé", afirmou Bernardo.
Sentindo-se ameaçada, Vilma Batista foi aconselhada pelo deputado Luiz Eduardo a apresentar provas das ameaças à Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa. Helton Xavier lembrou que já esteve duas vezes na Comissão de Administração e está disponível para outros convites. O delegado da PF, Caio Bezerra, encerrou afirmando que "a Polícia Federal preza pela integração entre as forças de segurança" e que a polêmica conversa do secretário com o detento "não passou de um procedimento padrão".