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21/08/2024 às 16:09

Semana do Pescado 2024 trará oferta de peixes e frutos do mar em todo o Brasil

A 21ª Semana do Pescado, que ocorrerá de 1º a 15 de setembro em todo o Brasil, tem como objetivo aumentar o consumo de pescado em pelo menos 30% em relação ao período normal de vendas. Essa estimativa foi anunciada nesta terça-feira (20) por Altemir Gregolin, ex-ministro da Pesca, idealizador do evento e presidente do International Fish Congress (IFC Brasil).

Durante os quinze dias do evento, diversos setores produtivos estarão envolvidos em promoções de peixes e frutos do mar, abrangendo a indústria, supermercados, peixarias, restaurantes, feiras livres e outros pontos de venda, tanto no atacado quanto no varejo, visando alcançar o consumidor final.

“Observamos que os brasileiros estão cada vez mais conscientes dos benefícios dessa proteína, que é mais saudável, fácil de digerir e altamente nutritiva. Nos últimos 15 anos, o consumo de pescado no Brasil aumentou cerca de 60%, passando de 3,5 quilos para 10 quilos por habitante/ano”, explicou Gregolin.

A Semana do Pescado busca não apenas incentivar o consumo de peixes, crustáceos, moluscos e outros frutos do mar, mas também fortalecer as atividades de pesca e aquicultura, abrangendo toda a cadeia produtiva. Esta edição conta com o apoio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), que criou a Semana do Pescado em 2003 e é responsável pelo desenvolvimento do setor pesqueiro no país.

O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, destacou que a Semana do Pescado se consolidou como uma agenda essencial para promover o consumo de peixes e frutos do mar no Brasil. “Essa iniciativa se soma a outras datas importantes, como a Semana Santa e as festas de fim de ano, quando o consumo de pescados é parte da tradição familiar. Em 2023, com a recriação do Ministério da Pesca e Aquicultura, conseguimos integrar ações com diversas instituições públicas e privadas, focadas na conscientização sobre os benefícios do consumo de pescado, com resultados muito positivos”, afirmou o ministro, ressaltando o impacto econômico e social positivo da cadeia do pescado no Brasil.

A Semana do Pescado será realizada em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Segundo Gregolin, a meta deste ano é consolidar a descentralização da campanha em todas as regiões do país. “Temos coordenações em todos os estados, envolvendo profissionais do setor produtivo, do varejo, do food service e representantes das superintendências do Ministério da Pesca”, explicou. Os principais parceiros da campanha são as redes de varejo, que somam mais de 90 mil lojas em todo o Brasil, além de bares, restaurantes e feiras livres.

A campanha também visa destacar a importância dos pescadores e aquicultores na cadeia produtiva. José Ignácio Figueiredo, presidente do Sindicato dos Armadores de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), acrescentou: “A cadeia produtiva é extensa, englobando desde os pescadores e trabalhadores que descarregam os barcos até os comerciantes que vendem o pescado. O aumento do consumo beneficia toda a cadeia, especialmente os pescadores.”

Maxuel José Monteiro da Costa, presidente do Sindicato dos Pescadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo (Siperjes), enfatizou que a Semana do Pescado traz benefícios para os pescadores, pois incentiva o consumo e aumenta a comercialização do pescado em setembro. “Isso movimenta a economia, beneficiando não apenas os pescadores, mas também peixeiros, feirantes, restaurantes e toda a cadeia que depende do peixe para o seu sustento”, afirmou.

Gregolin destacou ainda que a participação das entidades representativas dos pescadores é fundamental para o sucesso da campanha. “O setor produtivo é o mais interessado na ampliação das vendas. Temos entidades nacionais, como a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) e a Confederação Brasileira de Pescadores, que estão diretamente envolvidas tanto no nível nacional quanto estadual, preparando-se para esse momento há mais de quatro meses”, disse.

Embora o consumo de pescado no Brasil tenha crescido, Gregolin ressaltou que o potencial de crescimento ainda é grande, já que o consumo per capita no país está abaixo da média mundial de 21 quilos por habitante/ano. “O aumento de um quilo no consumo de pescado por habitante/ano representa uma produção adicional de cerca de 500 mil toneladas de peixe vivo. Isso teria um impacto significativo, exigindo quase o dobro da produção atual no Brasil.”

O Brasil conta com cerca de cinco milhões de pessoas envolvidas na pesca, gerando um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 27 bilhões e uma produção anual de 1,27 milhão de toneladas. No entanto, a balança comercial do pescado no país ainda é deficitária, com importações de aproximadamente US$ 1,4 bilhão e exportações em torno de US$ 400 milhões. Gregolin destacou que, embora nem todos os produtos possam ser substituídos, como salmão e bacalhau, o Brasil tem um grande potencial para aumentar a produção, especialmente de tilápia e camarão.

A campanha também busca engajar a sociedade civil por meio de ações educativas em escolas e universidades, doações de pescado para ONGs e comunidades carentes, e eventos gastronômicos como a Fish Week, que oferecerá pratos especiais de pescado a preços acessíveis durante a primeira semana de setembro.

Em 2023, a Semana do Pescado resultou em um aumento de 35% nas vendas de pescado no Brasil, com a adesão de todos os estados e do Distrito Federal.


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