O setor de turismo se reunirá para discutir o futuro do Mercado e do Complexo da Redinha, que está à espera de uma licitação para ser concedido à iniciativa privada. Na próxima segunda-feira (31), uma reunião acontecerá na sede da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-RN), com a presença de representantes da Prefeitura de Natal. Os profissionais do turismo acreditam que, uma vez em operação, o espaço pode ser uma ferramenta crucial para a economia local, mas há divergências sobre uma reabertura imediata.
Arthur Dutra, titular da Secretaria Municipal de Concessões, Parcerias, Empreendedorismo e Inovações (Sepae), afirma que a reunião servirá para apresentar as expectativas da Prefeitura em relação ao Complexo da Redinha ao trade turístico potiguar. “Queremos mostrar como o Complexo funcionará e atrair o interesse de investidores locais para que apresentem seus estudos”, explica.
Edmar Gadelha, presidente da Abih-RN, defende uma reabertura planejada do equipamento turístico. Ele acredita que o fechamento é necessário para garantir um funcionamento adequado do mercado. “É fundamental planejar bem essa estruturação para oferecer um acolhimento compatível com as expectativas dos turistas. O fechamento é temporário e essencial para ajustes que permitam um funcionamento eficaz. Estamos a favor de uma reabertura bem estruturada”, argumenta Gadelha.
George Costa, coordenador da Câmara de Turismo da Fecomércio-RN, compartilha desse pensamento e sugere que a reabertura ocorra após a definição da concessão à iniciativa privada. “O importante é reabrir no momento certo. O tempo não me preocupa tanto; o foco deve ser na conclusão das obras e no plano de concessão”, ressalta.
Por outro lado, Júnior Câmara, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do RN (Sindetur-RN), destaca que manter o mercado fechado diminui as opções disponíveis tanto para empresas quanto para turistas que visitam o litoral norte. “Fica faltando um espaço a ser oferecido. Quanto mais produtos tivermos, mais fácil será vendê-los”, explica. Ele também menciona que haverá uma reunião entre os profissionais do setor para discutir como podem ajudar o Poder Público a concluir a licitação, buscando alternativas para uma possível reabertura enquanto o processo licitatório está em andamento.
Com um investimento estimado em R$ 30 milhões, o Complexo está passando por um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), permitindo que empresas apresentem estudos e propostas de negócios. A prefeitura espera viabilizar o Complexo da Redinha por meio desse procedimento, que visa reunir dados técnicos e definir um modelo viável para sua futura gestão. As empresas interessadas têm 30 dias para submeter suas propostas, com um prazo total de 90 dias para concluir os estudos e definir o modelo de concessão. A expectativa é que o edital final seja lançado em até 120 dias, com os custos sendo ressarcidos pela futura operadora do Mercado.
Hertz Medeiros, presidente do Sindicato dos Bugueiros Profissionais do RN (Sindbuggy-RN), menciona que a revitalização do espaço é crucial para abrir novas rotas para passeios de buggy na região. No entanto, ele observa que o fechamento atual prejudica os planos em andamento para essa nova rota no litoral norte. “É importante revitalizar o mercado e fazê-lo funcionar novamente, especialmente porque há planos para estabelecer um centro de saída para passeios de buggy”, afirma.
Tanto a Prefeitura quanto o setor turístico esperam que, após a conclusão do processo de concessão, o mercado funcione de maneira sustentável como um polo gastronômico e turístico tanto para moradores quanto visitantes. O PMI foi publicado após a primeira tentativa de concessão não ter atraído interessados. Durante esse período, o Mercado da Redinha foi aberto brevemente para um Festival Gastronômico e durante o Carnaval, mas foi fechado novamente para organizar o processo licitatório.