Imagem: Reprodução
09/04/2025 às 16:11

Uso de anfetaminas e cocaína entre caminhoneiros preocupa PRF no RN

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está alarmada com o aumento do uso de substâncias como anfetaminas e cocaína por motoristas, especialmente caminhoneiros, que recorrem a essas drogas para estender suas jornadas de trabalho. Em entrevista à 95FM de Caicó, o policial rodoviário Araújo Souza destacou que o uso de "rebites", como são popularmente conhecidas as anfetaminas, é comum e frequentemente associado ao consumo de cocaína.

“Infelizmente, alguns motoristas continuam a utilizar esses medicamentos e, em alguns casos, até mesmo a droga em si. Temos registrado várias ocorrências de caminhoneiros utilizando cocaína para se manter acordados”, afirmou.

Araújo explicou que as anfetaminas são inicialmente usadas para emagrecimento, mas provocam efeitos colaterais como insônia, levando os motoristas a aproveitarem esses efeitos para dirigir por mais tempo. Além do risco elevado de acidentes, o uso dessas substâncias traz sérios riscos à saúde dos condutores. “Essas pessoas usam de forma indiscriminada e em doses elevadas, o que pode levar à dependência física e química”, alertou. “Isso pode afetar a pressão arterial e causar problemas de saúde que se manifestarão ao longo da vida, especialmente quando param de usar ou abusam por muito tempo.”

Ele também mencionou os perigos do chamado “efeito rebote”, quando o corpo exige descanso abruptamente. “O motorista pode desmaiar literalmente ao volante, resultando em acidentes graves.”

Sobre as penalidades, o policial citou a Lei nº 11.343, que trata da posse de substâncias proibidas e prevê punições como prestação de serviços à comunidade. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, um motorista flagrado sob efeito de drogas pode ser penalizado com uma multa de quase R$ 3 mil, suspensão da CNH por até um ano e até três anos de reclusão. “O motorista é responsabilizado criminalmente”, acrescentou.

Araújo também alertou sobre o transporte irregular de cargas perigosas. Em uma fiscalização recente, a PRF encontrou um caminhão transportando 3.100 litros de ácido clorídrico sem rótulos de risco ou equipamentos de segurança apropriados. “Isso representa mais um risco que pode levar a acidentes.”

Ele enfatizou que veículos que transportam produtos químicos devem estar devidamente identificados e que os tanques precisam ser certificados. “Em caso de um acidente com um caminhão desses que tomba, nem os policiais nem a população saberão que se trata de um produto perigoso.”

Ao final, Araújo reforçou a importância da PRF na fiscalização e conscientização dos motoristas. “Nosso objetivo é coibir essa situação e promover a conscientização para evitar tragédias. Muitas vezes, esses motoristas envolvem outras pessoas inocentes em situações perigosas devido ao uso de drogas ou à falta de descanso adequado.”


Comentários


DEIXE UM COMENTÁRIO


Categorias

Mídias Sociais