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12/06/2024 às 17:12

Vacinação contra poliomielite em Natal atinge apenas 44% da meta

A vacinação contra poliomielite, que começou no dia 27 de maio com o objetivo de vacinar cerca de 46 mil crianças em Natal, ainda registra baixa procura. De janeiro a maio foram aplicadas 16.141 doses, atingindo cerca de 44% do público-alvo, estimado em 36.400 crianças na capital. Voltada para o público de 1 a 4 anos de idade, a vacina no formato de “gotinha”, VOP (Vacina Oral Poliomielite), será descontinuada após o fim da campanha, no dia 14 de junho, sendo futuramente aplicada apenas a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), via intramuscular.

No Dia D de vacinação, realizado no último sábado (8), foram aplicadas mais de 1.700 doses, superando as quantidades aplicadas nos meses de abril (1.000) e maio (1.700), mas, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) avalia a taxa atingida como baixa. “É considerada baixa ainda. O fator principal é a falta de envolvimento dos pais e responsáveis, a falta de credibilidade nas vacinas pelo desconhecimento da gravidade das doenças causadas pelos agentes virais ou bactérias”, informou a pasta, por meio de sua assessoria de imprensa.

A vacina da poliomielite é a única forma de prevenção do poliovírus, que causa a paralisia em crianças e adolescentes, que em alguns quadros chegam a ser irreversíveis nos membros inferiores. Profissionais da área da saúde também associam o desinteresse da população à onda de negacionismo que vem afastando a população de seus esquemas vacinais. “Desde o período da pandemia nós percebemos a redução da busca pelas vacinas de outras enfermidades que não fossem o covid-19, como se a população esquecesse que existem outras doenças. Desde então também há entre nós um forte negacionismo que foi inflamado desde esse período”, alerta Edilma Costa, professora de enfermagem.

Ela reforça a importância da vacinação na erradicação de doenças, como o caso da poliomielite, e diz que as novas gerações que não vivenciaram os dramas das doenças que estavam erradicadas são mais propensas a terem menos interesse pelas vacinas. “Nós percebemos que são os jovens que abrem mão de se vacinarem. Acredito que seja por não conhecerem as doenças que as vacinas hoje podem proteger. Já nos mais velhos, a procura pelas vacinas é sempre quase imediata, por maior receio e cuidado com a saúde”, explica Edilma.

Quem está consciente sobre como as vacinas protegem, não se nega a imunizar seus filhos, como Larissa Pereira, que não se negou a levar o filho Matheus Antônio, de 1 ano e 8 meses, para se vacinar. “Só soube da vacinação quando já estava no Dia D, e logo me programei para trazer ele para tomar a vacina. Não deixo de vacinar pois sei da importância do esquema vacinal atualizado para que meu filho tenha saúde”, destaca a mãe.

O diálogo sobre a importância da vacinação é algo que já acontece na casa de Rosângela Fernandes, que faz questão de alertar a filha Lara e a sobrinha Cecília, educando-as para tanto. Ela priorizou o momento chegando até a se atrasar para o trabalho. “Já viemos a caminho do posto conversando sobre o assunto, para que elas não tenham nenhum receio de nenhuma vacina nunca, pois sei da importância da vacina para que elas cresçam com saúde”, destaca Rosângela.

 

Tribuna do Norte


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